Madbizarrice - A peste negra e a medicina medieval
Imagine viver numa era em que não há internet, carros, energia elétrica ou comprimidos pra dor de cabeça. Imagine viver em uma era onde a religião domine e a ciência seja totalmente proibida, onde algo considerado bizarro, estranho e diferente seja explicado somente por dois caminhos: Deus e o diabo. Essa era a Idade Média, época de reis e rainhas, príncipes e princesas, nobres e plebeus!
Um dos fatos mais marcantes dessa era foi uma pandemia que assolou a Europa e parte da China e Índia. Essa pandemia foi registrada em livros, escritos e pinturas. O que era apenas uma bactéria, foi tratado como a própria obra do diabo em Terra por atingir qualquer pessoa, não importando sua classe social! Estou falando da Peste Negra (ou peste bubônica em algumas literaturas).
Bubões na virilha |
Para combater isso, alguns médicos tiveram
Esse post contém imagens fortes e alguns leitores mais sensíveis podem não aguentar. Ta dado o aviso!
O chapéu era um charme, fala sério! |
As receitas médicas eram ainda mais bizarras que os próprios que as faziam. Iam desde alquimia, picadinho de serpente, pílulas de galhos de gamo triturados, mirra, açafrão e até pó de ouro. Os tratamentos mais comuns eram as sangrias (feitas com sanguessugas ou cortes nas costas, estimulando o corpo a "trocar" o sangue), o lancetamento ou cauterização dos bubões, a purga com laxantes ou a aplicação de emplastros quentes. Receitava-se ainda compostos feitos com especiarias raras e pérolas ou esmeraldas trituradas (preciso dizer que esse último era só pros nobres?).
Eram recomendadas dietas leves, abstinência de excitação e irritação, exercícios moderados e a maior distância possível de pântanos e outras fontes de ar viciado. O povo ainda chegou a acreditar que os zeladores de latrinas estavam imunizados, o que levava muitas pessoas a visitar estes lugares, achando que os maus odores ajudariam na cura! Alguns apelavam para bruxarias e rituais místicos.
Médico |
Mesmo com todos esses esforços, as pessoas morriam aos montes por causa da peste. Carroças lotadas de cadáveres eram levadas para fora das cidades para enterrar os corpos em valas especiais e distantes ou para queimá-los. Ninguém mais saía de casa, nem mesmo para atestar óbito. Aos poucos, as cidades ficaram vazias e os poucos que sobreviveram sofreram com escassez de comida e uma crise na economia. Camponeses agora tinha que trabalhar o triplo e pagar impostos pelos que haviam morrido. Eles ficaram p*tos com isso e revoltas de camponeses ocorreram por todo o continente. (-É uma puta falta de sacanagem! - disse um camponês)
Duas cidades, Milão e Nurembergue, conseguiram reduzir significativamente a mortalidade pela Peste Negra. Um infectado em Milão tinha muros construídos ao redor de sua casa para isolá-lo do restante da população. Em Nurembergue medidas de higiene foram tomadas imediatamente e a limpeza e pavimentação das ruas era frequente. As pessoas chegavam até mesmo a receber um tanto a mais no salário só para tomarem banho todos os dias. O restante da Europa apenas era instruído a lavar mãos, narinas e boca com vinagre e água de rosas, além de varrer o chão de casa todos os dias e salpicá-lo com água.
Como a causa era desconhecida na época, alguns motivos explicavam o surgimento da peste:
-alguma espécie de trama dos nobres pra
-apocalipse;
-castigo divino pelos pecados da humanidade;
-obra do diabo em Terra;
-culpa dos leprosos;
-culpa dos judeus, pra variar ¬¬, que foram mortos aos montes por conta disso até que um papa emitiu uma bula (documento papal) tirando a culpa das costas deles;
-alinhamento errado de planetas.
Caos que os europeus achavam que tava ocorrendo. Repare que o clero tava de boa ali na esquerda rsrs |
Agora você sabe porque eles achavam que era coisa do demo! |
Sabe-se também que a peste negra foi utilizada como arma biológica em guerras como a primeira e segunda guerras mundiais e a guerra fria. Hoje é possível controlar a peste através do controle de pragas, porém se você contrair a doença, é bom ir ao médico o quanto antes! Mesmo com toda a tecnologia, a mortalidade por peste bubônica ainda pesa em 15% dos casos.
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