MadBizarrice: Cabeças encolhidas

Ok, é oficial: a Neverland vai me matar! Mas é que eu não pude me conter em pesquisar sobre o assunto de hoje! :x Tive essa idéia faz um tempo, mas a coitada nunca teve tempo de correr atrás das pesquisas e tal...então eu acabei sem querer querendo obtendo informações demais sobre as famosas cabeças encolhidas.

Quem nunca assistiu um filme de piratas, náufragos ou feiticeiros e acabou se deparando com as tais bizarras cabeças encolhidas?

Sim, meus queridos, elas existem e são feitas a partir de cabeças de humanos de verdade!



Diversas tribos indígenas pelo mundo tiveram (ou tem) esse costume. Inclusive, pasmem, na Amazônia! A grande maioria o fazia simplesmente para ter como troféu a cabeça do inimigo e, para isso, penduravam a cabeça em colares e os guerreiros desfilavam com elas por aí. Outras tribos preferiam fazer isso para manter seus entes queridos mais próximos depois de sua morte. Há ainda aqueles que usavam como talismãs para atrair a sorte, por exemplo. Mas seu uso mais bizarro é feito pelos bruxos em rituais e para se comunicar com demônios.

Jivaros trocando uma idéia rsrs

Sabe-se muito pouco sobre as técnicas de encolhimento, mas há uma tribo (Shuaras ou Jivaros - são a mesma coisa, vai entender...) aqui na América Latina que teve o segredo revelado. Primeiro eles cortam a cabeça fora do corpo. Depois eles fazem um corte na região ocipital do crânio (na parte de trás do côco) e separam os ossos da carne. É então que eles fazem uma mistura de água quente com ervas e taninos (uma planta usada pra curtir couro e peles) e fervem o couro da cabeça ali. Em seguida a pele é posta para secar, mas para evitar que deforme, pedras quentes são colocadas em volta e areia quente seu interior. Essa parte da fervura e secagem acontece várias e várias vezes, fazendo com que a cabeça encolha. A boca e os olhos são fechados com uma espécie de clipe de palmeira e as orelhas são tiradas. Os Jivaros acreditam que podem prender o espírito da vítima dentro da cabeça ao costurar olhos, boca e orelhas, garantindo assim que ele não assombre ninguém. Depois de encolhida e seca, a cabeça é moldada novamente, sendo enchida de algodão ou palha. O pescoço é costurado para o acabamento final. Todo esse processo dura cerca de 6 dias, sendo que no último é celebrado com uma festa ritual chamado Tzantza.

Outras tribos utilizavam uma espécie de processo de defumação do couro. Algumas tribos conseguem encolher a cabeça em até 50%!

Colecionadores chegam a pagar fortunas por esses itens, o que atraiu aventureiros há 50 anos atrás para as tribos a fim de aprender a arte de encolher cabeças. Loucos pela possível fortuna que ganhariam, esses aventureiros atacavam viajantes e encolhiam suas cabeças para depois vendê-las a exorbitantes bagatelas. Foi então que a prática foi totalmente proibida!

O fato é que os Jivaras ainda tem esse costume porque eles ainda existem, só que como estão no meio da floresta, os governos do Peru e Equador preferem nem se preocupar em interferir.

Pode-se adquirir uma réplica feita de couro animal por cerca de 50 dólares (ou menos). As originais estão em museus (e nos colares dos guerreiros Jivaros rs) por todo o mundo.

Repare que há uma sutura na parte de trás da cabeça, por onde foi retirado o osso antes do encolhimento.

Esta é uma réplica da original.