MadCurioso: Cientistas malucos e seus segredos - Oliver Heaviside, o matemático "esquisito de primeira linha"
Nasceu em 1850 em Londres. Aos 16 anos decidiu abandonar a escola e virar telegrafista, mas sempre gostou de estudar. Era um incrível autodidata que aprendeu mais fora da escola do que dentro dela. Aprendeu, inclusive, dinamarquês e alemão sozinho. Devido a um episódio de escarlatina que teve quando criança, a surdez parcial piorou logo depois de ter entrado para a telegrafia e foi obrigado a abandonar. Como ainda tinha interesse em eletricidade, começou a estudá-la e publicar artigos. No entanto, sem 1 tostão furado, teve que interromper as publicações de artigos e livros diversas vezes por falta de dinheiro. O cara praticamente tornou álgebra "estudável", digamos, pois agora as equações eram mais fáceis de serem resolvidas.
Apesar do sucesso de seus artigos, achava desnecessário perder tempo em ficar apresentando as teorias para as pessoas. E não é que ele estava certo? Apesar disso, foi duramente criticado e visto como relaxado por não se comprometer com a ciência. Ele ainda publicou uma teoria sobre a ionosfera, que ajudaria na propagação de ondas de rádio e telefonia a enormes distâncias. Suas teorias e descobertas revolucionaram as leis do eletromagnetismo e as bases matemáticas que desenvolveu são essenciais para circuitos elétricos modernos. A maior honra que teve foi fazer parte da Royal Society e por pouco não ganhou o Nobel de física.
Ok, o cara era um gênio e agora você sabe, mas o que o tornava louco? Pra começar, ele preferia estar acompanhado de passarinhos do que de outras pessoas. Não importava quem era, Oliver se tornava agressivo ao lado de qualquer pessoa. Talvez suportasse apenas seus próprios parentes. Quem não gostava eram seus vizinhos, que eram xingados constantemente. Podemos afirmar que ele não tinha um pingo sequer de claustrofobia, já que preferia se manter em lugares escuros, quentes e apertados. Certa vez foi morar com a cunhada Mary Way e decidiu se manter em regime fechado por quase 7 anos. Pra piorar, ainda manteve a coitada da cunhada também nesse regime. Ele a obrigava a escrever cartas a parentes e amigos insistindo para que não a visitassem e não deixava que ela saísse de casa sob nenhuma circunstância. Chegou até a esconder seus sapatos uma vez para que evitar que ela saísse. Quando Mary finalmente entrou em um estado catatônico, as sobrinhas a levaram de casa. O problema é que foram forçadas a deixar a casa dela para Oliver, já que era impossível discutir com ele. Mas se você acha que ele se "aproveitou" da mulher, então pense de novo, afinal ele era "assexual". Nunca trabalhou como matemático por dinheiro e era sustentado pela família e pelo governo britânico.
Pintava as unhas de rosa brilhante e às vezes desenhava um cereja nelas. É sério!
Às vezes sua dieta se baseava apenas em leite o dia todo e documentava tudo o que comia. Tinha obsessão por atropelar galinhas com sua bicicleta. Certa vez mobiliou sua casa com blocos de granito gigantes. No final de sua vida, se tornou insuportável. Era amargo, achava que era constantemente perseguido, era desleixado e não tomava banho, porém a única coisa com a qual se preocupava em cuidar eram suas unhas. Impecáveis e rosas! Não é a toa que um de seus poucos amigos o chamou de “esquisito de primeira linha”. Alguns acreditam que ele tenha sofrido de hipergrafia, ou seja, era extremamente viciado em escrever e largava tudo para fazer isso.
Pobre, odiado e sozinho, Oliver Heaviside morreu em 1925 em Torquay.
Dizem as más línguas que foi por não ter ganho o Nobel que ele começou a enlouquecer. De qualquer forma e mesmo louco, esse cara trouxe descobertas e teorias incríveis que são aplicadas até os dias atuais em muitas áreas tecnológicas.
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