O dia em que a Rússia foi obrigada a casar duas mulheres
Alina Davis nasceu um homem, porém descobriu que na verdade era uma mulher. Se submeteu a uma cirurgia de mudança de sexo e foi viver sua vida normalmente. Então ela conheceu Allison Brooks e se apaixonou. As duas começaram a namorar e decidiram noivar.
Alina (esq) e Allison (dir) |
Pode ter dado um nó na sua cabeça, mas entenda que Alina só teve um corpo de homem, psicologicamente ela é uma mulher e portanto é uma transsexual. Ela nunca agiu e pensou como um homem e sim como uma mulher. É, acontece, tem gente que nasce no corpo errado. Ela é lésbica também e só pode sê-lo porque é uma mulher. Não existe homem lésbico. Ok, definido nisso, podemos prosseguir com a história.
As duas vivem na Rússia, atualmente um dos países mais homofóbicos do mundo que gera polêmica toda santa semana por causa de alguma besteira que eles fazem por lá. É verdade que eu os admiro pra caramba, na verdade tem até uma coluna no blog dedicada à cultura deles, mas de forma alguma aprovo essa idiotice de repudiar gays, até porque eu também faço parte desse círculo né? (se é que você me entende) Enfim, homossexuais foram proibidos de casarem por lá. Isso, claro, não deteu Alina e Allison porque elas simplesmente burlaram o sistema de uma forma genial e única! Na Rússia também não são reconhecidos os transsexuais, portanto Alina ainda é um homem aos olhos das leis russas. Tudo o que elas tiveram que fazer para se unir legalmente e dar um fatality na hipocrisia da terra da vodca foi se dirigirem ao cartório, ambas vestidas de noivas, e requisitar toda a documentação do casamento. Claro que o cara do cartório, ao ver a cena das duas vestidas de noivas, se recusou imediatamente alegando que estaria descumprindo leis. Alina, por sua vez, sacou seus documentos e provou que era um homem. O escriturário não teve outra alternativa senão casá-las legalmente.
Alina (o "homem") é a da direita. |
Eu sei ler um pouco de russo. Não é uma coisa que se diga: nossa, como ela lê bem, mas né... Aí então entrei no perfil da Allison, li a postagem dela sobre o casamento e pelo que pude entender melhor houve um barraco dos diabos no cartório, onde a Alina perdeu a paciência e teve que dar uns berros com o chefe do cartório. Este, por sua vez, não poupou insultos às duas repetindo diversas vezes que eram uma vergonha para a família russa. A Alina alegou que era um homem, que tinha direito de casar e que não estava infringindo nenhuma lei russa. Ainda disse que era ridículo o chefe ter preconceito só porque ela estava vestida de mulher, afinal ela sempre foi andrógena também. Enquanto isso, a equipe de jornalistas aguardava do lado de fora, já que o chefe não tinha permitido filmarem nada. Sabendo do barraco, os jornalistas começaram a aplicar uma pressão grande até que finalmente os funcionários decidiram emitir de uma vez por todas a certidão de casamento. A briga toda durou aproximadamente 15 minutos. Allison já estava quase desistindo da ideia e comentou que sua insegurança deixou Alina ainda mais furiosa. No final das contas eles as levaram para uma sala, como se quisessem que ninguém mais visse a cena, e as casaram. É como diz o ditado: o feitiço virou contra o feiticeiro. Elas tiveram sorte, é claro, porque tem muitos outros casais que sonham com uma vida juntas e felizes, mas tem gente que parece que odeia ver gente feliz por aí e acaba te proibindo de fazer algo que sempre foi o seu direito: constituir família. É, casar é criar uma família nova. Uma família nem sempre é constituída de pai, mãe e filhos, há uma cacetada de tipos diferentes de famílias por aí. Seja como for, o caso entrou pra história!
Toma essa Putin! |
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