Vingadores 2: A Era de Ultron – OPNIÃO SINCERA COM SPOILERS
Não é
fácil chegar e dizer para milhares que vão ler isso: “Não gostei do filme do
ano”. Até porque é o espírito do blockbuster,
em 90% dos casos, ninguém quer levar um filme
assim a sério ou realmente analisá-lo, só quer assistir e rir com os amigos.
Ah, mas o que você propõe no texto? Uma crítica? Não, não sou crítico, aqui vou
ser apenas alguém que lê Marvel desde primeiro quadrinho que chegou sua mão até
os dias de hoje. Só vou tentar, como diz meu nome, ser realista.
Primeiramente,
acho que boa parte dos fãs do primeiro vai comemorar: o filme não é “dark” como dizem, nem o Ultron é o “Ultron da Zueira”, pelo
contrário, tem até vislumbres eruditos, onde cita Shakespeare ou Nietzsche.
Visualmente amedrontador, o problema é justamente a maneira um tanto forçada no
roteiro que as coisas ocorrem, fazendo com que o filme anterior seja um modelo
que eles não conseguiram alcançar. Ao contrário de Loki, que possuía uma vingança por
motivos emocionais contra Thor, fazendo seu complexo de deus (mas não era um
deus? Formigas têm que ter problemas com as botas?),
Ultron é algo superficial desde sua criação. O longa metragem dedica algo em
torno de dez minutos de discussão entre Stark e Banner,
no qual Stark ansiava por fazer uma linha de defesa contra um próximo ataque. O
problema são as contradições já existentes em um universo que se destaca pela interligação: Se não havia muito tempo para
desenvolver de modo o porquê da existência de Ultron, que o fizesse em uma
parte do Homem de Ferro 3,
mas segundo esse referido, Stark destrói todas as suas armaduras, então, cabe
ao telespectador desligar o
cérebro sobre Stark explodir
todas as suas armaduras para depois pensar em criar uma inteligência artificial
que mantenha a paz sendo mais armaduras. Mas antes de pensar nisso, seremos
brindados com uma sequencia de porrada cujo único intuito é criar uma origem
qualquer para os filhos do
Magneto, que agora são apenas “alterados biologicamente”, cuja origem faz
até o próprio Ultron quase dormir, é sério, note
a cena.
O mais
divertido mesmo é ver quem falou mal da Fox pelo Mercúrio que ela utilizou no
ultimo filme do X-Men, ver que o Estúdio que ele tanto defendeu fez o Mércurio
ser o maior bucha do time,
assim liberando a barra do Gavião-Arqueiro, agora realmente participante no
filme, assumindo até mesmo uma postura de liderança maior que o Capitão. No
começo do filme, existia um lindo gancho para Ultron seguir, que seria a real
repulsa que as pessoas sentiam em relação as unidades de paz, com elas voltando
machucadas para casa, uma cena bem X-men, mas que não serviu a muitos
propósitos, já que Ultron decidi destruir tudo sem mais nem menos: nasci >
Odeio Stark > Vou destruir a raça humana. Ainda há pequenas pitadas de Weldon, querendo justificar que
Ultron se sinta como uma marionete cujo único propósito é cumprir algum
entretenimento para seus mestres para ser descartado, Weldon tenta em alguns
instantes dar uma seriedade, realmente o entendo, e acho que ele não consegue
mesmo é pela pressão gananciosa que os
produtores devem exercer sobre ele “Não quero drama, só coloque Wakanda ai”, “Invente um jeito do Ulisses Klaw
aparecer”, “coloque o Visão, Máquina de Combate, Feiticeira Escarlate,
Mércurio, Nick Fury!!!”...
E pensar
que ainda tinha gente querendo que o Aranha aparecesse, não sei aonde, mas tudo
bem. A ação continua, embora ela não emocione como partes do primeiro filme,
pela formula já ter se repetido muito, ou mesmo por eles terem uma “batalha
épica” a cada vinte minutos em um filme com quase 3 horas. As piadinhas, ponto
forte do Weldon em criar situações cotidianas engraçadas envolvendo superseres,
como “explicações físicas para se erguer Mjornir”
continuam, o que me desagrada, ainda mais do que no primeiro, é que quase nada
é levado a sério, fazendo até mesmo o esperado “duelo de titãs” em devidos
momentos, mais parecer uma luta
do Máskara contra algum
vilão, do que algo do porte de Hulk Contra o Mundo. Apenas ria enquanto vê
piadas com boa parte das sagas e arcos que já leu, simples assim, eu não
consegui, mas provavelmente você vai conseguir, e esforçando-se ainda mais, vai
ignorar o romance forçado entre o Banner e a Natasha, cuja única função é o adestramento do Hulk. Viu isso
General Ross? Todo esse tempo botando a Betty, jogando o Abominável ou virando
Hulk Vermelho... Tudo que precisava era jogar nas mãos da domadora russa, com
ela, um simples toque faz a fera virar o príncipe. Muito boa, flecha de
adamantium (ou mesmo vibranium) com antídoto pra quê, certo?
Ainda
temos o Capitão, agora evoluído em questão de golpes e importância na equipe,
uniforme melhor e... Quase sem máscara o filme todo? Ah, vamos falar disso
depois, o que importa é que dessa vez ele vai para um mano a mano com o vilão,
ao estilo que foi com o Loki, em uma cena que lembrou a do trem de Homem-Aranha 2, ambas são muito
boas. Capitão também tá com menos cara de paspalho, além de que não tá mais
como um enfeite para piadinhas “eu entendi a referência”, Capitão América agora
forma combos alucinantes com o Thor no melhor estilo beat up, parece até o game “Marvel Ultimate Alliance”. Ah,
o Borgo tinha razão: “Thor
está hilário”, com esse personagem eu nem fico mais zangado, sempre foi
isso, não vai além disso, e como eu disse, agora pelo menos faz combos com o
Capitas, o resto os efeitos especiais preenchem. Viúva Negra ganha certa
“profundidade”, estaria a Marvel
Studius pensando em fazer um
filme sobre o passado negro da espiã em um filme sobre espionagem e
sacrifícios? Ou um filme com lutas sérias e sangrentas do Hulk se tornando
gladiador? São retóricas, por favor. Em resumo, a Marvel prometeu ousar, porém
tudo que entregou foi um filme quase idêntico ao primeiro, só que com toques de
“Soldado invernal”, ela fica indecisa entre entregar um stand up como o
primeiro filme, ou sequências de ação ao estilo James Bond que foi Soldado
Invernal, ao tempo que vai comprimindo o maior número de personagens para te
dar a falsa sensação de que ela vai conseguir em próximos filmes reunir
efetivamente centenas de personagens como ela faz nas mega sagas.
Só
gostaria de constar, que ao contrário de muitos que subjugaram a saga escrita
pelo Bendis que dá subtítulo ao filme, eu achei ela bem inventiva e levantadora
de bons dilemas morais, além de fugir de uma batalha final de frente ao inimigo
envolvendo splash pages. É uma das ironias da vida, o mesmo sujeito que vai
pagar de intelectual dizendo que depois de “Guerra Cívil” a Marvel não lançou
mais nenhuma mega saga que preste (??!!!) é o primeiro a sair “extasiado”
perante a experiência de “ver seus heróis na telona” porque “Não há época melhor para ser nerd” e “os maiores inimigos da Marvel são a
Sony e a Fox”. Outra ironia da vida, para finalizar esse texto que vai levar 50 pedras nos comentários: O mesmo sujeito que
diz que em Homem de Aço o Super-Homem é um inconsequente destruindo a cidade em
uma luta, será o primeiro a aplaudir sequências de
luta entre o Ultron e o Capitas dentro de um trem cheio de pessoas, ou mesmo o
Homem de Ferro e o Hulk lutando no meio da feira ao melhor estilo The Kings of Fighters. Agora é
só a gente esperar o próximo filme baseado em HQ que não seja da Marvel Studius
para a gente o descrever como “pretensioso” ao tempo que entrega os preciosos 2 BI em arrecadação para Vingadores.
Divirtam-se.
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