MadBizarrice - Especial de Dia das Bruxas: BEBÊ DIABO


Lembra do jornal Notícias Populares que mencionei na postagem da Loira do banheiro e da gangue de palhaços? Pois é, outra lenda urbana surgiu graças a ele.

A lenda
Na década de 70 as pessoas leram aterrorizadas sobre a vinda do filho do capeta ao mundo e bem no Brasil. Segundo o jornal, o bebê tinha nascido com chifres, casco e um rabo no hospital da cidade de São Bernardo.

"Nasceu o diabo em São Paulo"

As enfermeiras morriam de medo dele, principalmente porque tinha a voz grossa e soltava fogo pela boca. Depois, quando saiu da maternidade as pessoas relatavam que ele pulava telhados, atazanava os vizinhos, tentava sugar o sangue das pessoas, palitava os dentes com um facão, perambulava à noite e atrapalhava os táxis, tocava as campainhas e saia correndo, etc. As pessoas temiam só de pensar que uma criatura dessas podia existir. Logo o Brasil inteiro se viu chocado e aterrorizado.

Durante um parto incrivelmente fantástico e cheio de mistérios, correria e pânico por parte de enfermeiros e médicos, uma senhora deu a luz num hospital de São Bernardo do Campo a uma estranha criatura, com aparência sobrenaturais, que tem todas as características do Diabo, em carne e osso. O bebezinho, que já nasceu falando e ameaçou sua mãe de morte, tem o corpo totalmente cheio de pelos, dois chifres na cabeça e um rabo de aproximadamente cinco centímetros, além de um olhar feroz, que causa medo e arrepios.


A verdade

Segundo o jornalista Jorge Tadeu , autor do livro “Lendas Urbanas” da Editora Planeta, e que investigou o caso, os médicos lhe garantiram que de fato tinha nascido um bebê deformado no hospital naquela época, mas nada passava de um prolongamento no cóccix e duas pequenas saliências na testa. Bastou apenas uma cirurgia na maternidade e o bebê ficou bem. Mas o estrago já estava feito e até as enfermeiras se benziam, rezavam o pai nosso ou se recusavam a falar do caso quando ele perguntava algo a elas.

A edição sensacionalista bateu o recorde em vendas do jornal, mas a que preço? Satirizar e demonizar um bebê que nasceu com uma deformidade não é algo legal, concorda? Ainda sim a história vendia tanto que por 37 dias o assunto esteve na capa do jornal, explorando todas as possibilidades e meios de aterrorizar as pessoas com mentiras das mais descabidas possíveis. E a coisa toda não se limitava somente às histórias fantasiosas. Padres, especialistas, médicos e tudo quanto era gente vinha dar entrevistas e explicar os ocorridos e os motivos da existência daquela coisa.

Confira algumas notícias que foram destaque naquele mês macabro (clique para ampliar):

"Mais 7 viram o bebê diabo"

"Viu bebê diabo e ficou louca"

"Fazendeiro é o pai do bebê diabo"

"Nós vimos o bebê diabo"

"Procissão expulsará bebê diabo"

"Sequestrado bebê diabo"

"Bebê diabo nos telhados das casas do ABC"

Nas manchetes que seguiram, o bebê diabo infernizou pessoas, pulou em telhados, pediu sangue para beber, tocou campainhas, palitou os dentes com um facão e até parou um táxi à noite, deixando o motorista assustado ao falar que o destino da corrida seria o inferno. Um belo dia ele sumiu e ninguém nunca mais ouviu falar do tal bebê diabo, que hoje seria um adulto.

"Bebê diabo desaparece"

Amado por uns, odiado por outros e temido por milhares, o bebê diabo aterrorizou moradores de São Paulo e do Brasil, mesmo sem ter existido.


Este post faz parte do especial de dia das bruxas de 2015 - LENDAS URBANAS. Para ver outros posts deste especial clique aqui.

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