MadBizarrice: Especial de Dia das Bruxas - Ed Gein: o artista macabro


ATENÇÃO: o texto a seguir tem imagens e conteúdo que podem ser fortes a leitores sensíveis. Recomendamos cautela.
 
Nasceu em 1906 em Wisconsin, Estados Unidos. Foi criado sob uma rígida educação religiosa luterana, onde sua mãe, Augusta Gein, o fazia acreditar que sexo era pecado e que mulheres eram instrumentos do diabo (exceto ela, só pra constar. Pelo menos era o que dizia a ele.). Ele era afastado das garotas e mulheres pela sua mãe. Também não podia ter amigos e toda essa rigidez irritava profundamente seu irmão, então as brigas entre os dois eram constantes. Mas Ed não teria uma vida muito agitada, na verdade as perspectivas de quem nascia em Winsconsin naquela época eram desanimadoras: ou você virava um agricultor ou um criador de galinhas ou os dois. Em nenhum se ganhava bem. Ele até chegou a trabalhar como babá para complementar a renda da família e dizia que se sentia melhor com crianças do que com adultos. Seu pai, George Gein, era alcoólatra e morreu em 1940 de infarto. O irmão Henry Gein também morreu logo, em 1944, num incêndio perto da casa deles, onde Ed foi o suspeito porque o corpo na verdade estava longe das chamas. Nunca ficou claro se Ed tinha matado seu irmão. Em 1945, quando ele tinha 39 anos, sua mãe morreu depois de vários derrames e esse foi o início do caos.
O garoto outrora tímido, com trejeitos afeminados, déficit de atenção e que era piada constante na escola cresceu e virou um homem frio e perturbado. Sua única amiga, a mãe, tinha acabado de morrer. Perdido e solitário, tentava tocar a vida como podia e trabalhava na propriedade da família. Trancou todas as salas e quartos que a mãe utilizava e ficou com apenas um quarto próximo da cozinha. Sem a repressão da mãe, Ed começou a se interessar cada vez mais pelo corpo feminino. Também lia livros de terror e de guerras, obituários, livros de anatomia, etc.

Em poucos anos, Ed começou a saquear túmulos. Ele pegava os corpos dos cadáveres das mulheres, dissecava-os e tirava pequenos souvenirs como a cabeça, órgãos sexuais e alguns órgãos internos. Ele inclusive utilizava uma calcinha feminina com uma vagina real costurada que tinha tirado de um cadáver e isso lhe trazia grande satisfação. Porém, logo os cadáveres começaram a perder a graça. Ele sentia necessidade de algo “vivo”.
Bernice Worden
Em 16 de novembro de 1957, uma mulher de 60 anos chamada Bernice Worden desapareceu. Era uma amiga da mãe de Ed e tinha uma loja de ferragens. Frank, o vice-xerife e filho da vítima, investigou o caso. Encontrou uma mancha de sangue na loja e um registro de compra de “Ed Gein” no livro de vendas por fiado. Como já tinha má fama na época, ele virou o principal suspeito. Em outras ocasiões de desaparecimentos, Ed sempre estava por perto e por isso ninguém confiava nele, embora também ninguém nunca pudesse confirmar que ele tinha sido o culpado. Uma dessas situações foi quando a polícia encontrou uma trilha de sangue que começava dentro de um bar e sumia do lado de fora. Mary Hogan, a dona, estava desaparecida e a polícia sabia que aquele sangue era dela. Como não haviam testemunhas ou evidências para incriminar alguém, então o caso foi deixado de lado. Mas Ed era um cliente assíduo do lugar.
Frank então decidiu ir com um companheiro até a casa dele. As portas todas estavam trancadas, exceto a da cozinha nos fundos. A casa não tinha energia elétrica, então os policiais enxergavam apenas com suas lanternas. O cheiro de podre era insuportável e tinha muito lixo espalhado. De repente Frank sentiu um toque em suas costas e se virou para verificar. O corpo de Bernice estava preso de cabeça para baixo por dois ganchos de açougueiro enfiados nos tornozelos e presos em uma viga. A cabeça tinha sumido e o coração estava em uma bandeja próxima. Havia ainda um grande corte que ia da genitália até o pescoço na parte da frente e o corpo estava totalmente vazio, sem órgãos internos.

Tigela e copo de cânio de Ed.
Num galpão próximo estavam os intestinos e a cabeça de Bernice numa caixa. Também haviam 10 peles de mulheres, um torso coberto com uma pele que não era dele, um cinto de mamilos e uma poltrona revestida com pedaços de pele humana. Dentro de casa, mais especificamente na geladeira, tinham órgãos internos diversos. Ed usava crânios como tigelas e copos. Ossos decoravam uma mesa e ele tinha usado pele para fazer um abajur também. Foram encontrados ainda 9 máscaras feitas com pele humana de rostos diversos, uma caixa com 9 vaginas (incluindo a de sua mãe que estava pintada de prata), uma caixa com narizes, uma caixa com pedaços de cérebros, um puxa-cortina feito com lábios humanos, uma luva e uma meia de pele humana, 10 cabeças de mulheres sem o topo, peitos como porta-copos e crânios enfeitando sua cama. Ele também tinha cabeças expostas como se fosse um museu e contava às crianças da vizinhança que eram relíquias enviadas por um primo que estava servindo na segunda guerra. Na verdade eram crânios com suas máscaras feitas de pele. O show de horrores só piorou quando Ed apareceu transtornado na frente dos policiais com uma máscara feita de retalhos de rostos femininos.

Cinto de mamilos.

Luvas de pele humana.
Mary Hogan

Na delegacia foi interrogado por horas. Num primeiro momento negou tudo, mas depois admitiu ter matado também Mary Hogan em 1954 com tiros. O restante dos corpos (ou do que sobrou deles) eram de cadáveres que ele tinha saqueado. Mesmo depois de ser torturado pelo xerife, Ed insistiu que não se lembrava quantas pessoas tinha matado. Acredita-se que pelo menos 40 covas de 3 cemitérios da região foram saqueadas. Ao que tudo indica, ele teve a ajuda de um amigo coveiro no começo, mas depois teve que fazer tudo sozinho. Ele também negou que tivesse praticado necrofilia, pois dizia que elas “cheiravam muito mal”.
O motivo para fazer tudo isso? Ed se tornou tão obcecado com a forma feminina que queria ter uma também. Chegou a pensar em mudança de sexo, mas achou que seria caro demais e sabia que não teria paciência para esperar. Decidiu então criar a sua própria forma com pedaços de cadáveres. De fato ele estava construindo uma fantasia com peles e órgãos femininos. Ele a usava sempre dentro de casa. Os cadáveres que ele saqueava eram parecidos com sua mãe, ou seja, eram de mulheres mais velhas.

Inicialmente foi enviado para o um hospital psiquiátrico e ficou 10 anos lá. Depois foi transferido 2 vezes para outros dois hospitais até que fosse considerado mentalmente são. Não foi condenado porque o juiz entendeu que ele era doente mental na época dos crimes, mas foi enviado para o hospital psiquiátrico Mendota Mental Health Institute e passou o resto dos seus dias lá. O interessante é que ele adorava o lugar e era mais feliz. Talvez por ter companhia sempre, eu suponho. Foi um dos poucos pacientes que nunca precisou de calmantes emergenciais.

Sua casa foi posta à venda. Posteriormente um incêndio a destruiu em 1958, provavelmente criminoso. Ed não se preocupou com isso.
Morreu em 1984 de parada cardiorrespiratória graças a um câncer. Algumas pessoas tem tirado pedaços da lápide para guardar de lembrança, mas em 2000 ela foi totalmente roubada. Recuperada em 2001, foi dada a um museu em Wisconsin.

Ed Gein inspirou várias histórias, filmes e músicas. Talvez o mais famoso filme seja “O Massacre da Serra Elétrica”, onde o personagem principal também cria “obras de arte” com pedaços de pessoas.

As “obras de arte” de Gein foram destruídas depois das análises criminais.

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