MadBizarrice: Especial de Dia das Bruxas - Teerã 76


Teerã, capital do Irã. Em 19 de setembro de 1976, às 00:13h, a força aérea iraniana começou a receber denúncias de civis do distrito de Shemiran, no Teerã, capital do Irã,  sobre avistamentos de um objeto estranho no céu. Eles diziam que parecia ser uma estrela, mas era muito mais brilhante. Um oficial, o general Yousefi, se encarregou do caso, mas ele sabia que não havia nenhuma nave naquela região no momento. A princípio pensou que os cidadãos poderiam estar confundindo o brilho intenso de Vênus com algum objeto não identificado e por isso decidiu conferir ele mesmo pela torre do Aeroporto Internacional de Mehrabad.

Yousefi logo notou que o objeto era muito maior do que uma estrela ou o brilho de um planeta distante.  À 1:30h da madrugada, ele então enviou um caça F-4 Phantom II da base aérea de Shahrokhi que ficava a quase 300km à oeste do Teerâ para investigar o tal objeto.  

F-4 Phantom II

Enquanto se dirigia para lá, o avião sob o comando do capitão Mohammad Reza Azizkhani começou a ter problemas de comunicação com a base. Embora o piloto tentasse manter contato, os equipamentos misteriosamente pareciam não funcionar direito e ele teve que retornar à base. Assim que fez o caminho de volta, tudo voltou a funcionar perfeitamente.

Às 1:40h, outro caça igual foi enviado e estava sob o comando de tenente Parviz Jafari e do tenente Jalal Damirian. Desta vez eles conseguiram chegar perto do objeto e com algum contato do radar, o piloto declarou que parecia ter o tamanho de um Boing 707, mas que era impossível ter certeza graças ao intenso brilho que emanava. Eles tentaram sobrevoar o objeto, mas este se distanciava toda vez que isso acontecia e numa velocidade muito grande. Eles o perseguiram por um tempo e relataram que o objeto parecia ter luzes estroboscópicas vermelhas, verdes, azuis e laranjas formando um retângulo. Elas piscavam em sequência, mas tão rápido que pareciam estar acesas juntas.

De repente, um pequeno objeto saiu do objeto maior e que voou na direção do caça a uma velocidade incrível. Assustado, o Jafari decidiu lançar um míssil AIM-9 para proteger o seu colega e a si mesmo. Repentinamente o painel desligou e mais uma vez a comunicação com a base foi afetada, além, é claro, de ter perdido o controle do lançador de mísseis. Os pilotos tentaram ejetar, mas os controles mecânicos também não funcionavam. A única alternativa viável para evitar a colisão era fazer uma manobra evasiva e muito arriscada que consistia em mergulhar com o avião em direção ao solo. Houve uma breve perseguição, mas logo o objeto menor voltou a se integrar ao maior. Jafari retornava com o caça quando todos os controles voltaram junto com a comunicação. 

Mas o grande objeto não desistiria tão facilmente. Outro objeto, também menor, saiu do objeto maior e caiu em altíssima velocidade. Os pilotos esperavam que houvesse uma explosão quando o objeto tocasse o solo, mas aparentemente ele pousou cuidadosamente num vale rodeado de montanhas ao sul do Teerã. Jafari sobrevoou a região o mais baixo que pode e marcou o ponto onde o estranho objeto estava. Eles viram rochas ao redor e próximo dali havia também uma refinaria de petróleo. De volta à base aérea, Jafari e Damirian relataram que toda vez que passavam a 150 graus de Mehrabad, a comunicação da aeronave falhava. Um avião de vôo doméstico também relatou ter problemas com a comunicação no mesmo ponto.

Aeroporto Internacional de Mehrabad

Eles também relataram que um quarto objeto cilíndrico sobrevoou o jato. Havia uma luz brilhante de cada lado e uma que piscava no meio. A torre insistia que não havia nenhuma outra aeronave na área, mas conseguiu enxergar o estranho objeto no radar e passar instruções aos pilotos. Anos mais tarde, o controlador e um investigador revelaram que o objeto sobrevoou a torre de controle e de alguma forma atingiu os equipamentos eletrônicos.

No dia seguinte, agentes da força aérea vasculharam as montanhas com um helicóptero, mas não encontraram nada. Eles acreditavam que o objeto poderia ter pousado no leito de um lago seco, mas não havia sequer rastro disso. Perto dali havia uma pequena casa e os moradores relataram que viram luzes muito brilhantes que lembravam raios e um barulho estranho na noite anterior. Curiosamente, enquanto sobrevoavam a região em busca do objeto, os militares captaram um estranho bip. A região também foi investigada para ver se haviam rastros de radiação, mas os resultados nunca vieram a público. Com a queda de Shah, há uma enorme possibilidade de que todos os registros possam ter sido destruídos.

Ninguém nunca soube explicar o que aconteceu ali.

Ceticismo

Para muitos, tudo não passou de um fenômeno astronômico e falhas de manutenção.  O objeto muito brilhante? Segundo o jornalista Phillip J. Klass e o cientista James Oberg, não passava de Júpiter em toda a sua glória brilhando próximo da Terra. O pesquisador Martin Bridgstock ainda afirma que os pilotos estavam exaustos e confusos porque estavam em turnos desgastantes. Klass também questiona a manutenção dos aviões, já que alguns relatórios da época indicavam que teriam tido os mesmos problemas anteriormente e tinham acabado de passar por manutenção antes de saírem para investigar os OVINIs. Ele ainda afirma que problemas de comunicação são muito comuns, ainda mais naquela época que os aviões não tinham os sistemas modernos. Brian Dunning, outro investigador, ainda relata que em 19 de setembro de 1976 houveram duas chuvas de meteoros naquela região. Os pilotos podem ter visto um dos meteoritos cair e acharam que eram OVINIs. Sabe-se também que na região onde supostamente o pequeno objeto pousou foi encontrado o transponder de uma nave C-141 que poderia ser a origem dos bips.

Apesar do mistério continuar, este foi um dos encontros militares mais bem documentados de que se tem notícia. É possível encontrar parte do relatório feito pelo Departamento de Defesa Americano na internet. 

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