MadBizarrice: Especial de Dia das Bruxas - Pedrinho Matador: o justiceiro insano
Nascido em 1954 em Minas Gerais, Pedro Rodrigues Filho teve uma infância nada agradável. Sua mãe sofria violência doméstica por parte do pai, inclusive o mesmo chutava sua barriga quando estava grávida de Pedrinho. Por isso o garoto nasceu com o crânio fraturado. Constantemente levava surras do pai.
A vida de crimes começou na adolescência. Com 13 anos brigou com um primo e o empurrou pra dentro de uma máquina de moer cana. O primo sobreviveu, mas foi por pouco. No ano seguinte, seu pai foi demitido sob acusação de ter roubado merenda escolar da escola onde era guarda e Pedrinho não teve dúvidas: matou o prefeito da cidade de Alfenas a tiros de espingarda como vingança. Pra completar, matou também outro vigia que ele achava ser o verdadeiro ladrão de merenda. Fugiu para Mogi das Cruzes, em São Paulo.
Com um novo bando, resolveu começar a "se livrar da escória". Roubava pontos de drogas e matava traficantes. Chegou até mesmo a se juntar (quase se casar) com a viúva de uma de suas vitimas, a “Botinha” e assumiu o posto de líder do tráfico. Matou rivais e pelo menos 3 ex-comparsas. Porém Botinha acabou sendo assassinada pela polícia e Pedrinho teve que fugir mais uma vez.
Montou outro bando e voltou a vender drogas. Nessa mesma época se juntou a Maria Aparecida Olímpia, quem considera até hoje o amor de sua vida e que é a única que tem uma tatuagem em sua homenagem no corpo dele. Infelizmente Maria foi executada a tiros enquanto estava grávida. Furioso, Pedrinho caçou várias pessoas, as torturou e matou. Ele queria se vingar a qualquer custo. A ex-esposa de um rival dedurou-o a Pedrinho que apareceu com 4 amigos numa festa de casamento. A chacina deixou 7 mortos e 16 feridos.
Foi preso aos 18 anos depois de ter sido denunciado pelo pai de uma namorada. Sua fama lendária lhe rendeu muito respeito na prisão. Foi lá também que finalmente aprendeu a ler e escrever, já que nunca tinha frequentado a escola e fez diversas tatuagens pelo corpo. Se por um lado era idolatrado, por outro também era amplamente odiado e seus rivais tinham uma infinita sede de vingança. Ele foi avisado de que estavam armando uma emboscada e então comprou uma faca de um carcereiro para se defender. Um outro prisioneiro o atacou no pátio e logo depois vieram mais 4, mas poucos minutos depois 3 deles já estavam mortos. Os outros 2 fugiram assustados.
Pedrinho não era qualquer um. Na verdade, os psiquiatras brasileiros afirmam que ele se encaixa perfeitamente no perfil de psicopata. Mata sem remorso, é extremamente violento, paranoico por natureza e antissocial.
Sempre conta histórias cuja veracidade é contestada. Uma delas é sobre o assassinato do próprio pai, onde Pedrinho diz que deu inúmeras facadas e arrancou o coração depois que o próprio pai matou sua mãe com 21 facadas. Ele também conta que chegou a comer um pedaço do coração. Entretanto a um psiquiatra a história foi contada de outra forma: familiares de uma amante do pai o assassinaram. É por isso que ninguém sabe ao certo quantas vítimas Pedrinho fez, mas acredita-se que foram cerca de 70 ou mais.
Ele também conta que matou um outro preso chamado Raimundão e que jogou o corpo no fosso de um elevador. Raimundão supostamente extorquia familiares de outros presos. A veracidade foi contestada depois que o inquérito não identificou o assassino, ou seja, aparentemente Raimundão não foi morto por outro preso.
O que se sabe, porém, é que Pedrinho teve sua condição psiquiátrica agravada com a prisão a um ponto em que matava por motivos fúteis, como quando matou um colega de cela porque roncava demais e outro porque aparentemente não ia com a cara dele. Toda prisão que ia, fazia vítimas. Fez uma tatuagem com os dizeres "mato por prazer".
Chegou a ficar isolado de 1992 a 2002 numa prisão especial, tendo contato apenas com carcereiros e passando seus dias jogando paciência e fazendo ginástica. Quando retornou para uma penitenciária comum, ameaçou matar apenas o Maníaco do Parque porque não admitia crimes contra mulheres.
"Se eu chegar perto, a vida dele acaba em dois minutos!" – ameaça Pedrinho
Um de seus famosos golpes inclui uma mão no queixo da vítima quanto a outra segura os cabelos, então ele desloca a cabeça para cima e para o lado para quebrar o pescoço. Não há tempo de reagir, pois tudo dura segundos e a morte é instantânea. Maneja facas com muita habilidade e certa vez conseguiu degolar um parceiro de cela com uma faca cega.
Os anos 70 não foram bons para os registros criminais do Brasil. Muitos documentos sumiram e é difícil fazer uma análise profunda do histórico de muitos detentos, como é o caso de Pedrinho. A informatização dos tribunais trouxe uma luz no fim do túnel, mas ainda sim é uma situação complexa de lidar. Pedrinho é acusado de apenas 18 homicídios, mas chegou a matar 70 pessoas, sendo 40 delas em prisões. A maioria de suas vítimas eram estupradores ou homens que tinham praticado qualquer outro tipo de violência contra mulheres. Nunca matou nenhum carcereiro, guarda ou diretor de penitenciária. Na verdade os respeita muito e sempre repete que só mata “gente que não presta”.
As condenações chegaram a 400 anos, mas foram reduzidas para 128 anos. Foi solto em 2004, já que a lei não permite mais de 30 anos de detenção. Inicialmente foi para o Ceará, mas logo descobriram que ele estava em Santa Catarina trabalhando como um caseiro na zona rural. Foi preso em 2011 sob acusação de ter participado de 6 motins em prisões e por ter mantido um carcereiro preso durante uma rebelião. Hoje, com 62 anos, ele está preso e a pena foi agravada por já ter matado mais gente na prisão.
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