MadBizarrice: Especial de Dia das Bruxas - Operação Prato


Vista como uma das maiores operações da América do Sul, a Operação Prato ainda hoje é alvo de muita polêmica. O que de fato aconteceu você confere a seguir:

O primeiro relato

Em 25 de abril de 1977, haviam quatro homens coletando madeira na Ilha dos Caranguejos no Maranhão. Como a maré estava baixa, eles decidiram descansar um pouco até que ela estivesse alta novamente e eles pudessem navegar até o continente. Às 5h, Apolinário acordou assustado. Dois de seus amigos, Aureliano e Firmino, reclamavam de dor e não era pra menos, ambos tinham queimaduras de segundo grau. O quarto amigo estava inerte na rede. Olhando mais de perto, puderam perceber que José já estava morto. Todos voltaram para o continente e a polícia começou uma investigação. Nenhum dos três sobreviventes lembrava o que tinha acontecido naquela noite, nem mesmo nas sessões de hipnose com o Dr Sílvio Lago. A morte de José foi atribuída a um AVC. Um dos médicos relatou que ouviu um dos homens dizer que tinha visto um grande fogo e desmaiado em seguida.


Entretanto, é curioso notar que há algum tempo haviam relatos de luzes estranhas sobre o Estado. Especialistas na época acreditavam que poderia ter havido algum tipo de descarga elétrica vinda da atmosfera (um raio, por exemplo). Já os conspiracionistas preferiam acreditar que eram discos voadores. Hoje a suspeita recai sobre um fenômeno pouco estudado chamado “fogo-fátuo” que consiste numa bola de fogo circulando por alguns segundos geralmente em regiões de florestas e pântanos.

A polêmica e a histeria

O caso foi muito noticiado na época e outros relatos começaram a surgir. Um deles contava que um agricultor que morava próximo da ilha foi queimado por uma tocha vinda de uma grande bola luminosa. Policiais também foram perseguidos por um objeto voador que tinha várias luzes. Uma mulher foi atingida por um raio de uma bola de luz e desmaiou. A histeria já estava formada e os moradores das regiões rurais temiam por suas vidas. Foi então que o fenômeno começou a aparecer no Pará, no município de Viseu. Os relatos eram os mesmos, ou seja, pessoas sendo atacadas por bolas de luz, mas com um bônus: algumas entidades misteriosas apareciam e podiam sugar o sangue das pessoas, matando-as sem piedade. Um caçador da região chegou a relatar que ao ser atingido pela luz no braço, sentiu sua vitalidade ser sugada. Um garoto de 9 anos supostamente foi capturado pela luz e levado até o céu, o que o deixou doente por alguns dias. Não tardou para que outras cidades começassem a presenciar as mesmas luzes e ataques. Em outubro, a cidade de Vigia sofreu uma pane elétrica e o apagão só piorou o pânico. As pessoas relataram ter visto um festival de luzes no céu e não demorou para que muitos decidissem se mudar de cidade ou estado.

Os militares entram em ação
Vendo este caos, a Força Aérea Brasileira (FAB) tratou de investigar tudo e registrar nos mínimos detalhes com direito a relatórios, fotografias e esquemas. A Operação Prato foi então iniciada naquele mesmo ano e deveria investigar todos os relatos e aparições. Ela abrangeu uma área específica que ia da Baía de Marajó, Baía do Sol, Rio Bituba, Ilha de Colares e municípios de Santo Antônio do Tauá, Vigia, Colares, Ananindeua, Castanhal e Belém.

Em 20 de outubro de 1977, três agentes do Primeiro Comando Aéreo Regional (I COMAR) saíram de Belém e foram para Santo Antônio do Tauá, a cerca de 60km da capital. Primeiro entrevistaram os moradores da região e fizeram algumas observações para identificar OVNIs. O Coronel Camilo Ferraz de Barros do I COMAR foi para a região entre os dias 26 e 27 junto com uma equipe médica militar e os capitães Flávio Costa e Uyrangê Hollanda. Com uma base de operações estabelecida em Colares no dia 29, Hollanda assumiu a chefia da operação em 1 de novembro. Ao todo, 9 militares estavam trabalhando nessa base.


O capitão Costa tratou de registrar os relatos dos moradores locais. Em seus registros, ele dizia que a histeria coletiva fazia os moradores recorrerem à procissões e soltar fogos/tiros para afugentar as luzes e que a mídia sensacionalista também cooperava para aumentar o pânico geral, que classificou como um ato irresponsável e negativo.

Relatórios mais precisos sobre avistamentos também foram feitos. Um deles conta que em 1 de novembro um corpo luminoso amarelado veio da Baía do Sol a 2mil metros de altitude. Ele começou a descer enquanto piscava em lampejos azulados intensos. Acredita-se que poderia estar a pelo menos 800km/h, mas em certo ponto atingiu velocidade supersônica e fazia curvas. A parte de cima parecia ser um semicírculo avermelhado. Em determinado ponto parou de emitir os lampejos azulados. Outro relatório contava que às 5:20h de 6 de novembro, um corpo luminoso veio da Baia de Marajó a 5mil metros de distância. Desta vez era amarelo avermelhado. Também vinha descendo e emitindo lampejos azulados intensos, mas quando chegou a 500m de distância, virou para a esquerda e subiu até os 3mil metros em velocidade supersônica em direção a Tauá. Em nenhum dos casos houve ruídos ou um boom sônico emitido pelos corpos.


Os depoimentos também eram escabrosos. Em um, um homem de 38 anos acordou com uma luz do lado de fora de casa. Saiu com a espingarda para verificar, chegou até a apontar a arma, mas ficou paralisado pelo objeto. Ele relatou que pode ouvir gargalhadas vindas da direção do objeto e que pode ver um casal de tripulantes (uma mulher loira e branca e um homem branco com chapéu de vaqueiro). Um homem de 48 anos voltava para sua casa quando sentiu muita fraqueza e então ele notou um objeto luminoso passando por perto, a uns 10m do solo) emitindo um foco de luz azulada em sua direção. O homem tinha dores de cabeça, tremor e entorpecimento na região atingida pelo foco, mas não tinha queimaduras.


Talvez o relato mais estranho tenha sido o de uma médica de 24 anos em Colares que viu um objeto luminoso metálico a apenas 100m de altura e 1500m de distância. Sua forma era incomum: cônica-cilíndrica, com a parte superior menor. Ele se movimentava com balanços laterais acentuados e dava voltas sobre seu próprio eixo, mas não emitia ruídos. Ela também revelou que já tinha atendido diversos pacientes com os sintomas de tremores, paralisia temporária, dores de cabeça, tonturas e queimaduras de primeiro grau. O fato mais estranho era de que todos tinham anemia, o que indicava algum problema com o sangue. Foi então que alguns apelidaram o fenômeno de “chupa-chupa”.


Houve ainda os relatórios do 1ª tenente médico da Aeronáutica, o Dr. Pedro Ernesto Póvoa, e pelo Aspirante-a-oficial médico da Aeronáutica, o Dr. Augusto Sergio de Almeida. Ambos examinaram algumas pessoas e concluíram que tinham sofrido algum estresse grande, provavelmente causado pela histeria.


Em 9 de novembro daquele mesmo ano, um relatório de 5 páginas foi enviado para Brasília. Neles eram descritos os casos de OVNIs e supostas vítimas. A conclusão sobre as fotos tiradas é de que não passavam de estrelas e planetas brilhando no céu noturno. Por fim acusavam a imprensa de explorar o assunto de forma negativa. De um modo geral, este relatório militar era bastante cético. Mesmo assim as investigações continuaram e logo vieram as missões.

As missões

A primeira missão aconteceu na Baia do Sol, próximo da ilha de Colares. Na ocasião estavam presentes o capitão Flávio Costa, o piloto civil Ubiratan Pinon Frias e mais duas pessoas. Eles fizeram uma vigília noturna. Essa missão terminou em 11 de novembro.

A segunda missão aconteceu de 25 de novembro a 5 de dezembro. A equipe agora contava com um chefe do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA) de Brasília. No dia 27 de novembro são avistados dois corpos luminosos amarelos cruzando o céu a 6mil metros de altitude e numa velocidade maior do que 600km/h. Na noite seguinte foram avistados dois corpos luminosos amarelos cruzando o céu a 4mil metros e velocidade supersônica. Os três objetos fizeram curvas e sumiram. Enquanto isso, no dia 28 Hollanda e alguns outros agentes estavam na Baia do Sol quando viram um corpo luminoso amarelo avermelhado acima deles. Ele piscava e tinha um núcleo azul intenso. Depois de um tempo se afastou e sumiu. Uyrangê afirmava que o objeto parecia ter certeza de onde estavam os militares e saber o que estavam fazendo. Os outros registros não eram muito diferentes dos depoimentos dos moradores.


Não existem relatórios militares sobre Belém, apenas coberturas jornalísticas que tratavam de aparições de objetos brilhantes próximos às pessoas e que as deixavam em pânico. Em 19 de novembro de 1977, o jornal “A Província do Pará” publicou uma manchete com o título “Vampiro interplanetário só gosta de mulher” e falava do ataque a 3 mulheres jovens no bairro de Jurunas. As 3 relataram ter fraqueza, uma acabou com queimaduras, outra com pequenas perfurações na mama e outra sem sinais físicos. Estava armado o palco para mais histeria coletiva. 

O encerramento da operação

Em dezembro daquele mesmo ano a Operação Prato foi finalmente encerrada, pelo menos oficialmente. Sabe-se que mais algumas missões foram realizadas em no ano seguinte, mas nada demais aconteceu. Recentemente, com as leis de acesso à informação, os documentos foram disponibilizados para o público pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e estão sob a guarda do Arquivo Nacional em Brasília, sem contar os inúmeros vazamentos pelas mãos de alguns militares alguns anos depois do término da operação. Acredita-se que existam pelo menos 2mil páginas de relatórios, mais de 500 fotos e no mínimo 16 horas de filmagens, mas apenas uma parte está disponível. Alguns sites disponibilizam os documentos e os listamos abaixo. Você pode inclusive acessá-los diretamente dos servidores do Arquivo Nacional, basta apenas cadastrar um login e senha. E é exatamente por uma grande parte estar indisponível que muitos conspiracionistas acreditam que o governo brasileiro esteja escondendo algo maior e mais assustador.

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