MadBizarrice - Especial de Dia das Bruxas: A LOIRA DO BANHEIRO


Sim, amiguinhos, estamos começando mais um especial de Dia das Bruxas no blog que durará até o dia 31 de outubro. Bons arrepios pra vocês!


Talvez uma das mais famosas lendas do Brasil e que já assombrou muito a garotada da escola.

Típica do folclore ocidental, a lenda surgiu nos Estados Unidos como “Bloody Mary” (Maria sangrenta)  e acabou sendo exportada para o Brasil como “Loira do banheiro”, mas também existe em outros países ocidentais como em Portugal que é conhecida como Bruxa do Espelho ou Maria Degolada e nos países de língua hispânica em que a lenda é conhecida como Verónica del Espejo ou La Rubia. Talvez a única semelhança entre todas estas lendas é o fato de a personagem principal ser uma garota que assombra banheiros.

Mas afinal, quem era a loira?

Gosta de cabular aulas? Bem, uma garota loira adorava. Passava o tempo todo no banheiro fumando e matando o tempo. Certa vez escorregou, bateu a cabeça no vaso sanitário e morreu. Desde então seu espírito ficou preso no banheiro e assombra todos os que se atrevem a invoca-la. Sua aparência é macabra por muitos motivos, mas principalmente porque colocaram algodão nas narinas e boca de seu cadáver para evitar maus odores e o vazamento de líquidos.

Como encontrá-la?

O interessante da história é que na maioria das versões ela não aparece por aparecer e sim que você tem que invoca-la, ou seja, dá pra evita-la se você estiver numa “situação complicada” após comer umas coxinhas engorduradas da cantina da sua escola. Entretanto há uma versão que diz que o simples fato de se entrar sozinha no banheiro feminino já é o suficiente pra que a loira apareça pra te assombrar. Mas calma meninos, não é essa a verdadeira razão pra gente entrar sozinha nos banheiros. Eu juro!hahaha Agora se estiver realmente disposto a invoca-la, então basta entrar no banheiro de uma escola (geralmente o feminino) e realizar um ritual desses:

- chutar 3 vezes a porta do banheiro
- dar descarga 3 vezes seguidas em qualquer vaso sanitário
- ir para a última porta do banheiro e dar 3 descargas seguidas
- Entrar em uma cabine, trancar a porta, sentar no vaso e dar 3 descargas
- Bater na porta 3 vezes, dar descarga 3 vezes, abrir e fechar a torneira 3 vezes e falar 3 palavrões


Mas já deixo avisado aqui: há quem diga que ela fica furiosa ao ser invocada e pode até matar a facadas quem a provocou. Outras versões contam que para se livrar, basta dar descarga 3 vezes. Ao que tudo indica, ela tem uma preferência por gente com insônia e alunos em época de provas. Que conveniente, não? Justo quando você está mais estressado e paranoico.

Outras versões

Há até, acredite se quiser, uma versão com cunho histórico vinda da cidade de Guaratinguetá, no Estado de São Paulo. Segundo a lenda, uma moça chamada Maria Augusta de Oliveira teve uma vida privilegiada, mas um destino interrompido de forma cruel. Ao que tudo indica, ela foi obrigada a se casar aos 14 anos com um conselheiro do império brasileiro 21 anos mais velho. Cansada das constantes brigas com o marido, ela se mudou sozinha pra Paris e viveu a vida da melhor maneira que pode (e com isso quero dizer: muitas festas e tudo que você possa imaginar que não seria adequado a uma mulher casada nem daquele século, nem do nosso século atual). Enfim, o caso é que por algum motivo, provavelmente doença, Maria Augusta faleceu aos 26 anos de idade. Após seu corpo ter chegado no Brasil, a família se viu muito arrependida de tê-la obrigado a se casar tão cedo e com um homem tão rude, principalmente sua mãe que a deixou em exposição por um bom tempo em um cômodo da casa. Nos dias seguintes, a mulher foi atormentada por pesadelos em que a filha implorava pra ser enterrada. Por fim, Maria Augusta foi enterrada no terreno onde ficava a casa de seus pais. Os anos se passaram e o casarão se tornou uma escola. Não é raro ouvir alunos relatarem avistamentos do seu espírito rondando a Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves e tampouco os encontros macabros com ela nos banheiros, tudo por causa de sua sede graças ao algodão colocado em suas narinas e boca antes de ser enterrada. Tudo o que Maria Augusta quer é encontrar seus pais, já que ela não tem ideia de que está morta.

Maria Augusta foi uma mulher que realmente existiu e que realmente teve toda essa história trágica, mas duvido muito que ela se atreva a ficar assombrando banheiros. (que mau gosto pra cômodo...não tem um lugar mais agradável pra assombrar?)

Na versão anglo-saxã, ou seja, Bloody Mary foi inspirada na história da rainha Maria I da Inglaterra, conhecida como a “rainha sangrenta” (título dado a ela por causa da sua mania de perseguir e executar protestantes ingleses).

Maria I

Se invoca-la na frente do espelho falando seu nome 3 vezes no escuro, bem, prepare-se para morrer. Outras versões contam que a loira costuma aparecer quando os alunos fazem um jogo de “verdade ou desafio/consequência”. Já a versão hispânica relata que ela aparece quando os adolescentes estão no banheiro se drogando, jogando ou apostando. Durante a Primeira Guerra Mundial, a loira do banheiro ganhou uma versão bizarra na França em que se dizia que ela aparecia por causa de rituais kardecistas. Em outros países da Europa a loira é uma mulher que teve uma morte terrível, às vezes causada por um aborto mal feito ou por violência sexual e que surge para pedir orações para que sua alma seja levada aos céus.

Pico de fama

Nas décadas de 60 e 70 circulava em São Paulo um jornal chamado “Notícias Populares” que ficou lendário graças à criatividade dos jornalistas. Bem, na verdade não é novidade que jornalistas inventem histórias pra conseguir vender jornais, mas neste caso a coisa ganhou proporções épicas. Segundo relatos, tudo aconteceu depois que uma foto desfocada foi vista pelo repórter Mário Luiz Serra. Alguém comparou a figura desfocada ao fundo com um fantasma e isso deu uma ideia bizarra no repórter. Bastou que ele colocasse em letras garrafais o título da notícia bem na página da frente. O pânico foi geral e no dia seguinte, além da edição se esgotar em horas das bancas, o jornal também recebeu diversas ligações de leitores com relatos de avistamentos da loira. Anos mais tarde, o jornal voltou a publicar sobre o caso relatando acontecimentos em um colégio na Parada Inglesa, zona norte paulistana, e na Universidade Estadual de Londrina, no Paraná. Desde então a história tem se espalhado e aterrorizado as crianças, em sua maioria de 9 a 11 anos de idade. Nos anos 2000 perdeu um pouco a força. Eu sou testemunha disso, já que ouvi falar dessa lenda na escola umas 2 vezes e só. Nunca presenciei alguém correndo do banheiro com medo.

Seja como for, a lenda da loira do banheiro mais parece ser um truque para evitar que crianças e adolescentes cabulem aula no banheiro e também para demonizar certos rituais religiosos.


Este post faz parte do especial de dia das bruxas de 2015 - LENDAS URBANAS. Para ver outros posts deste especial clique aqui.

Liuka

É uma verdadeira draga de coisas inúteis e ao mesmo tempo interessantes.

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