MadBizarrice: Especial de Dia das Bruxas - John George Haigh: o rei do ácido sulfúrico

O especial de Dia das Bruxas deste ano terá como tema “assassinos cruéis e doentios”. Escolher 9 assassinos dentre tantas histórias doentias e macabras não foi fácil. Muitos são tão famosos e lendários que a internet já está entupida sobre histórias e mais histórias de suas façanhas cruéis. Por outro lado, não lembrar destes assassinos não seria justo também, então o que fiz foi pegar um pouco daqui e dali e fazer uma lista mista e que fosse aterrorizante o suficiente e ao mesmo tempo interessante. Então espero que apreciem a nossa singela listinha macabra. Bons pesadelos!



John George Haigh nasceu em 1909 em Stamford, Lincolnshire, na Inglaterra, e foi criado por uma família protestante bastante conservadora. Por conta disso não conheceu o mundo lá fora até ter idade para sair de casa. Há quem diga que seu pai construiu uma cerca ao redor da casa com distância de 3 metros para manter seus filhos longe dos pecados do mundo externo. Mesmo assim teve uma boa educação.

Haigh trabalhou em diversos lugares, de seguros a publicidade, isso porque ele geralmente era demitido depois de ser suspeito de roubar dinheiro da empresa e por fazer fraudes. Em 1934, aos 23 anos se casou com Beatrice Hammer, mas tudo terminou quando foi preso (por fraude) e sua esposa decidiu larga-lo, dar o bebê à adoção e sumir do mapa.
 
Em 1936 se mudou para Londres e arranjou emprego como motorista do dono de um parque de diversões, o William McSwan, mas não demorou para que Haigh começasse a jogar sujo novamente. Acabou sendo preso depois de ter fingido ser advogado.


Dentro da prisão, ele começou a fazer experimentos bizarros com ratos. Concluiu que demorava 30 minutos para que o corpo de um rato dissolvesse por completo em ácido sulfúrico. Para Haigh isso representava mais do que um simples experimento tolo, era o crime perfeito porque o corpo simplesmente era eliminado e, portanto, não poderia ser acusado de assassinato.

William McSwan
Em 1944, livre novamente, montou um laboratório com um tonel de 40 galões de ácido sulfúrico, ferramentas e um conjunto para solda. Conseguiu um emprego de contador e encontrou o antigo chefe William McSwan. Feliz em vê-lo no pub, apresentou-o aos pais que comentaram sobre os negócios que estavam fazendo. Pouco tempo depois, McSwan desapareceu. Haigh atacou o pobre homem na cabeça com um martelo e o jogou no ácido sulfúrico. Dias depois retornou e encontrou o corpo dissolvido. A gosma restante do processo foi jogada num bueiro. Haigh ainda disse aos pais de McSwan que o filho tinha fugido para a Escócia para não ter que ir para o exército (a segunda guerra estava de pé nessa época) e que ele iria assumir sua casa dali em diante. Os pais não se convenceram e conforme o tempo passava, mais desconfiados eles ficavam, principalmente com a mania de Haigh de gastar como um louco. Então ele teve que tomar medidas drásticas e matou os dois no ano seguinte.

Entretanto Haigh ainda tinha mais planos. Ele usava documentos falsificados, vendia os bens da vítima e se esbaldava com a grana, principalmente em apostas de jogos. Mudou-se para o hotel Tribunal Onslow em Kensington.

Dr. Archibald Henderson e Rose
Quando o dinheiro começou a acabar em 1948, Haigh percebeu que teria que aplicar num novo golpe e as vítimas eram um casal que estava interessado em uma propriedade que ele estava vendendo. O Dr. Archibald Henderson e sua esposa Rose acabariam tendo um destino cruel.

Primeiro Haigh mudou para West Sussex e então chamou o doutor para ver uma invenção que supostamente tinha criado. Quando o pobre doutor menos esperava, Haigh deu um tiro em sua cabeça com o revólver roubado do próprio. Em seguida ligou para a esposa dele mentindo que o marido tinha sofrido um mal súbito e estava caído. Tão logo ela chegou e levou um tiro na cabeça também. Restou apenas jogar os corpos em ácido mais uma vez. Vendeu todos os bens dos Hendersons, mas poupou temporariamente o cachorro. O pobre animal levou um tiro e teve seu corpo jogado no ácido também.

Em 1949, Haigh foi procurado por Olívia Durand-Dacon para ajudar-lhe a comercializar unhas artificiais. Ele não teve dúvidas e a atraiu para seu laboratório, matando-a com um tiro certeiro. Entretanto, desta vez ele experimentaria mais: cortando sua garganta, recolheu um pouco de sangue num copo e o bebeu. Depois jogou o corpo no ácido. De fato Haigh tinha uma certa fascinação por sangue desde sua infância, fato este que lhe causava até pesadelos com florestas que vertiam sangue pelas árvores. Por fim vendeu os pertences da mulher e usufruiu do dinheiro.
 
Olívia Durand-Dacon
Os sumiços não passaram despercebidos pelas autoridades, já que parentes estavam desesperados. Na lista de suspeitos estava Haigh. As respostas estranhas que ele dava às inúmeras perguntas e relatórios levaram os detetives a investigar mais a fundo. No porão de sua oficina foi encontrada a gosma resultante do processo de dissolução do ácido sulfúrico e a bolsa da Sra. Durand-Deacon. Posteriormente foram encontrados fragmentos de ossos, dentes, cálculos biliares e gordura na tal gosma.

Haigh tinha sido pego.  Após ser questionado por um dos detetives, ele perguntou se teria chances de sair da prisão logo, mas o oficial se recusou a responder. Haigh então comentou:


"Bem, se eu lhe dissesse a verdade você não iria acreditar em mim. Parece fantástico demais para acreditar."

Ele confessou que matou um jovem chamado Max, uma menina de Eastbourne, uma mulher de Hammersmith, o casal Henderson, a família McSwan e a Sra. Durand-Deacon. Quando questionado sobre o motivo, ele simplesmente alegou que necessitava beber sangue fresco. 


Em seu julgamento, os psiquiatras o diagnosticaram com uma espécie de paranoia e vampirismo tentando convencer os jurados de que ele deveria ir para um hospital psiquiátrico e não à prisão, mas não deu certo. Haigh foi condenado à morte e em 6 de agosto de 1949 foi enforcado na prisão de Wandsworth.


Sua história virou lenda. Ficou conhecido como “o assassino do balde de ácido” e como um legítimo vampiro.

Liuka

É uma verdadeira draga de coisas inúteis e ao mesmo tempo interessantes.

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