MadBizarrice: Especial de Dia das Bruxas - Enriqueta Marti: a curandeira maldita

outubro 25, 2016 dia das bruxas , especial 2016 , halloween , happy halloween , serial killer 0 Comentário(s)

Nascida em 1868 em Saint Feliu, Espanha, Enriqueta teve uma vida nada fácil. Ainda jovem trabalhou como babá e prostituta em várias cidades, mas principalmente em Barcelona. Chegou a se casar em 1895 com Joan Pujaló, mas os seus inúmeros amantes e um jeito bem estranho de agir acabaram culminando em seu divórcio, apesar de terem reatado pelo menos umas 6 vezes antes. Chegou até mesmo a ser presa várias vezes. Apesar de tudo, Enriqueta conseguia se manter com luxo com o dinheiro que ganhava como cafetina de um bordel.

Entretanto ela tinha um velho golpe que sempre funcionava: se pela manhã agia como uma mendiga e sequestrava crianças mentindo que eram seus filhos, à noite os obrigava a se prostituir e/ou assassinava as suas pequenas vítimas.

Em 1909 foi presa sob a acusação de manter um bordel com crianças de 3 a 14 anos, mas se livrou graças aos seus amigos da alta sociedade de Barcelona. Nunca foi julgada por este crime em questão. Os amigos pedófilos da alta sociedade pagam altos preços no bordel de Enriqueta .

Como se não bastasse aliciar crianças para a prostituição, ela também as usava como principal ingrediente de suas feitiçarias. Depois de matar as crianças, ela fervia seus corpos de cabeça pra baixo e assim conseguir ingredientes como sangue e gordura por exemplo. Fez diversos remédios, pomadas, unguentos e até poções para tuberculose com restos de crianças como sangue, gordura humana, cabelo e ossos. Isso também a ajudava a se livrar dos corpos. O que restava ela geralmente enterrava nos quintais de suas casas. Seus amigos ricos pagavam grandes quantias por estes remédios.


O desaparecimento de crianças chamou a atenção das autoridades, em especial do governador da época, o Portela Valladares, que negou que tais boatos fossem verdadeiros. Entretanto a realidade era outra: todos os dias muitas crianças desapareciam. Em 1912 um caso ficou famoso, o de Teresita Guitart, cujo sumiço repentino fez seus pais entrarem em pânico. Teresita tinha sido abordada por uma mulher desconhecida que lhe ofereceu doces e a afastou da mãe que conversava com uma vizinha e tinha se distraído. Assim que pôde, jogou um pesado manto negro por cima da criança para abafar seu choro e desapareceu pela noite.

Teresita

Angelita logo que foi resgatada.

Estranhando a presença de uma criança na janela do apartamento de Enriqueta, uma vizinha perguntou se era sua filha. A cafetina então fechou bruscamente a janela sem dizer nada. A vizinha, por sua vez, a denunciou à polícia. Aproveitando uma segunda denúncia sobre galinhas no apartamento de Enriqueta, a polícia conseguiu entrar e encontrou duas crianças: Teresita e Angelita. Sem ter como explicar a presença das duas ali, Enriqueta acabou presa. As meninas foram devolvidas aos seus pais e contaram histórias sombrias sobre o inferno que tinham passado ali. Angelita contou que Enriqueta matou um garoto de 5 anos chamado Pepito na mesa da cozinha bem na frente dela. Teresita contou que depois de ser sequestrada, teve seus cabelos cortados e passou a ser chamada de Felicidad. Ela também era obrigada a chamar Enriqueta de madrasta e a comer somente batatas e pão amanhecido. Ficava presa o dia inteiro e jamais poderia ir à varanda ou olhar pela janela. Um certo dia, enquanto Enriqueta estava fora, as meninas encontraram um saco com roupas de crianças cobertas com sangue e uma faca suja de sangue também que, aliás, foi encontrada posteriormente pela polícia.

Angelita depois de se recuperar.

Também foram encontrados 30 ossos pequenos, roupas de crianças, restos humanos em potes e jarros, cabelo e os famosos remédios, pomadas e poções da feiticeira. Em seus outros apartamentos encontraram mais ossos e restos mortais de crianças de 3 a 8 anos de idade. Acredita-se que ela praticou até mesmo canibalismo e chegou a forçar algumas crianças a comerem carne humana. Foram identificados cerca de 12 corpos, mas suspeita-se que o número tenha sido muito maior já que Enriqueta não mantinha um registro de suas atividades e que provavelmente atuou por cerca de 20 anos.

Enriqueta no momento de sua prisão.

Presa em 1912, sequer chegou a ser julgada porque foi linchada até a morte na prisão para mulheres de Reina Amalia em 1913. Foi enterrada numa cova comum, sem luxo e sem regalias no Cementiri del Sud-Oest (Cemitério do Sudoeste).

Vítimas conhecidas de Enriqueta.