MadBizarrice: Canibalismo
Canibalismo. O que você pensa quando ouve, lê ou fala essa palavra? Pode ser que pense no famoso Hannibal Lecter, o canibal mais famoso do cinema? Ou possivelmente em um ritual macabro e um tanto diabólico, não é mesmo? Mas o canibalismo é muito mais do que isso.Donald e seus sobrinhos comendo um pato assado! WTF Disney? |
AVISO: se você é sensível a imagens fortes e sangue, é melhor nem ler o resto da postagem. Depois não diga que eu não avisei!
O que é canibalismo afinal?
Eu devoro meus filhos. |
É evidente que no mundo animal isso não é repudiado, mas entre os humanos sim. Até uns 500 anos atrás, o canibalismo era tão comum quanto se imaginava. Diversas tribos indígenas espalhadas pelo mundo, principalmente na África e nas Américas, degustavam de pratos um tanto exóticos, digamos. Quando falamos de canibalismo entre humanos, o termo correto é antropofagia (antropo = homem/fagia=comer). No entanto, eu citarei canibalismo aqui para facilitar a compreensão e deixar as coisas mais bizarras!
Quando surgiu?
É uma prática mais antiga do que possa parecer. Já na mitologia grega, o deus Cronos (ou Saturno na mitologia romana) devorava seus filhos logo após o nascimento para que nenhum deles tomasse o seu lugar no poder. Um desses escapou graças às engenhosidade de sua mãe, que deu uma pedra enrolada em um pano ao invés do bebê, e adivinha quem era esse filho? O todo poderoso (e famoso) Zeus! Nem preciso falar que o Cronos se lascou depois que o Zeus cresceu, né? Os gregos ainda contavam que ciclopes, gigantes de um olho só, costumavam devorar as pessoas. Os egípcios contavam que Osíris, o deus do Sol, havia dado as colheitas de vegetais para que não comessem uns aos outros. Na índia a coisa era mais terrível graças à deusa Kali, que era uma assassina cruel e insaciável. Diversas crianças foram sacrificadas em seu nome e rituais canibais também foram realizados.
Cronos |
"-O que vocês tão fazendo, porra?" - Hans Staden (falarei dele mais adiante no texto) presenciando indígenas devorando pessoas. |
O endocanibalismo é quando membros de uma família comem um outro membro da mesma família ou tribo. Eles o faziam para adorar os mortos ou pela busca de alguma característica espiritual da pessoa, como a sabedoria. Segundo estudos, tribos como as de Papua Nova Guiné permitiam que uma irmã comesse o cérebro de seu próprio irmão morto. A cunhada poderia comer mãos, nádegas, vulva ou intestinos do irmão ou irmã do seu marido. Uma tribo na Nigéria, os Rukubas, só ganham poder depois de comerem uma criança da tribo. Os Wari das Américas comiam os mortos para se livrarem das memórias deles e livrarem os espíritos a fim de que eles pudessem tomar a forma de animais e ajudar a fornecer alimento quando caçados. O endocanibalismo é uma prática mais "carinhosa" de canibalismo.
Parentes |
Astecas comendo partes de um inimigo, enquanto o deus da morte observa. |
Meiwes à direita e |
Por fim, há a forma mais perigosa e terrível de canibalismo: a patológica. Essa sem dúvida provém da mente doentia de uma pessoa totalmente insana e não entra na parte étnica e antropológica, mas na parte psicológica e psiquiátrica e por isso é considerada uma doença e não um costume. O que eu quero dizer é que não entra na classificação de canibalismo que dei acima. Doenças como a esquizofrenia podem causar esse tipo de reação. No Brasil tivemos um caso recente e famoso de um professor de luta, o Jorge Negromonte, sua esposa e sua amante que mataram duas vítimas e as comeram. A coisa toda repercutiu não somente por esse fato do canibalismo, mas também pelo fato de que a esposa dele utilizava carne humana para fazer salgados e vendê-los a outras pessoas e conhecidos, ou seja, várias outras pessoas acabaram comendo carne humana sem saber! (alguém que comeu me fala se essa coxinha era boa, por favor!haha) Também há casos de perversão sexual, onde o sadismo impera e pessoas possivelmente abaladas psicologicamente por anos acabam cometendo tal ato.
Jorge Negromonte, sua esposa à direita e sua amante à esquerda. |
O caso é que provar que o canibalismo existe é bastante complicado, principalmente porque a maioria dos relatos veio de colonizadores de épocas em que bruxas eram queimadas. Algumas ossadas e fezes humanas foram encontradas em cavernas pelo mundo, provando que entre os neandertais havia sim o canibalismo e que provavelmente era por necessidade. Registros de Astecas mostravam que essa prática era comum também em sua sociedade.
Sacrifício Asteca. |
Se você, brasileiro, pensa que isso só acontecia com os Astecas, está enganado! Um navegador alemão chamado Hans Staden escreveu um livro que mais parecia um conto de terror após voltar de uma viagem mal sucedida em terras tupiniquins. Segundo ele, após sofrer um naufrágio, foi capturado pela tribo Tupinambá. Eles praticavam o canibalismo sem pudor algum. Ele se aproximou das crianças e até lhes ensinou música. Um belo dia, Hans comeu uma sopa. O ingrediente principal só foi descoberto depois que ele viu crânios de crianças no fundo do caldeirão.
Uma das gravuras que está no livro de Hans Staden. |
Na verdade nunca deixou de ser praticado. Atualmente, casos patológicos recebem mais atenção do que casos étnicos como os de tribos que ainda não tiveram contato com o homem civilizado. A questão é que muitas tribos que deixaram de praticar foram ou forçadas/induzidas pelos colonos religiosos, principalmente missionários, ou sofriam de doenças vindas dessa prática e acabaram deixando esse costume de lado para não serem extintas (algumas chegaram a ser extintas). Um exemplo disso são os Fores, de Papua Nova Guiné, que desenvolveram doenças degenerativas (como o Kuru, que é como a doença da vaca-louca em humanos e é muito contagiosa) por consumirem cérebros de parentes em rituais e isso quase levou a tribo a uma extinção. Apesar de tudo, sabe-se que ainda existem canibais andando por aí, sejam doentes ou não.
O que é interessante notar é que diversas tribos e povos pelo mundo (e em todos os continentes) tem histórias e tradições em que o canibal é sempre visto como uma pessoa que deve ser temida e que não é um humano comum. O próprio termo ainda causa uma certa repulsa em nós, que vivemos hoje e nunca nem sequer vimos um canibal de verdade. Rotular algo ou alguém de canibal é praticamente bestificá-lo instantaneamente. Isso também acaba excluindo o indivíduo da sociedade, principalmente ocidental.
Calma! É só um boneco com sushi de peixe dentro. Mais uma das brincadeiras sem graça dos japoneses. |
Para mais informações: Como tudo funciona
mais um otimo post parabens Liuka! mas diz aí vai uma mãozinha ou uma perninha? kkkkk
ResponderExcluirEu sou vegetariana, então aceito a batata da perna!kkk
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